Este blog foi especialmente criado para partilhar o meu passatempo preferido a seguir a ser parva, com quem queira aceitar. Decidi que ia partilhar compilações assim como quem vai deixando rebuçados e bombons na caixa de correio dos amigos.
Não vou mentir: são algumas e dá-me certamente mais gozo fazê-las e poder oferecê-las, na esperança que possam mudar um bocadinho o dia de quem as ouve. Ou um instante, vá. Qualquer coisa que seja.
Para ouvi-las, basta clicar em cima do nome, em azulinho petróleo escuro.
Passo a explicar
Desde miúda que tenho uma tara estranha por compilações (as chamadas mixtapes dos dias de hoje mas eu, como sou muito pouco moderna e gosto de usar aqueles termos bonitos que já todos consideram
demodé, fico-me na minha). Comecei de um modo simples: gravava sessões de rádio inteiras e recortava-as, para guardar apenas as musiquitas - musiquitas na altura, grandes músicas hoje - que mais gostava. Aos poucos, ganhei o gosto e, quando dei por mim, eram pilhas e pilhas de k7 com vários nomes e estados de espírito para todos os gostos. Com este exercício, descobri que era um pouco obsessiva nos detalhes: quando desconfiava que o lado A (ou B) ia acabar, deixava a dita cuja rodar em play e ao mesmo tempo, noutro deck, punha a tocar duas ou três canções, para ver qual delas colava bem sem ficar cortada a meio. Poizé! Porque não havia cá lados A e B cortados, a deixar crescer água na boca - de resto, era das coisas mais enervantes que me podiam fazer, gravar músicas álbuns incompletos.
Hoje, continuo com esta modinha das compilações e tenho poupado imenso dinheiro em prendas de aniversário e Natal. Por também servirem de prendas de consolo, também tenho ajudado os meus amigos a poupar dinheiro em
kleenex. Corro toda a gente a compilações. Até a mim própria. E há tantos tantos temas e razões para se reunir numa só rodela músicas bonitas, feias, extensas, curtas, gordas, magras, altas, baixas, sujas, limpinhas, melodiosas, ruidosas, escabéchicas, suaves, agressivas!, e por aí fora.
Costumam começar com um detalhe. Ouço um tema rock querido cujo final me recorda bastante um pormenor noutro rock querido qualquer e lá se transforma o raio do detalhe em horas de sono interrompido (porque isto costuma atacar-me de noite).
Esta primeira, que seguirá na próxima entrada, já não me recordo como é que começou mas deve ter sido por estar contente apenas ou por estar sol e eu já estar farta do frio. Foi uma celebração, não sei, não interessa.
